quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Presunção III



E no amor? Será tão linear assim?

Serão a cabeça e os desejos das mulheres tão diferentes das dos homens?

Não será esta racionalidade, um modo de intolerância salpicada com uns pozinhos de despeito, por vermos frustrados os nossos esforços e objectivos logo no preâmbulo?
Uma fuga àquilo que antevemos como um possível sofrimento futuro?

Presumindo, reage-se e cruza-se os braços.
Mantém-se intacto assim o orgulho e o individualismo.

Por outro lado é na luta que mais se aprende....
Mas para dançar a valsa são precisos dois.

Embora a postura feminina tenha mudado radicalmente nos últimos anos dum modo positivo quanto à sua verticalidade, não se deixando vergar mais pelos costumes patriarcais que dominaram as suas vidas,

não continuará a haver em nós essa gaveta secreta onde se alojam
os sonhos, as palavras e os gestos espontâneos?

Mantê-la fechada ou aberta será a difícil decisão.
O jogo entre a razão e o coração.

2 comentários:

Pulchra Puella disse...

Seshat no seu melhor... Lindo!
Por mim (e peço desde já desculpa por meter a minha foice em seara alheia), no jogo entre a razão e o coração deverá vencer indubitavelmente o coração, ainda que com danos colaterais (que os há sempre e muitos...).
Viver de presunções é viver baseada em aparência de orgulho e individualismo. Por dentro, roemo-nos todos...
Prefiro ser espontânea e ocasionalmente humilhada, do que 100% racional, partir de presunções aparentemente lógicas e viver na ilusão de orgulho intacto.

Anónimo disse...

A presunção é o início de uma certeza (pelo menos a nossa)

Se o título não é de per si esclarecedor, então resta presumir que eu pretendia dizer isto ou aquilo.
Pois é, a presunção começa por ser não mais do que um sentimento de dúvida, dúvida essa gerada primeiramente do exterior para dentro e, em segundo plano, da congeminação ou criação mental perante a dúvida.
E então descobre-se…passando pelo estreito caminho que separa a presunção da ilação. Ambas certas ou erradas, a presunção não é um compromisso mas a ilação já é um fim obtido através de um qualquer meio.
Devo dizer-te que o presumir não é difícil quando no mundo em que estamos insertos a frontalidade e (avanço mais) a verdade não passam de meros conceitos.
Não se trata de uma tentação da nossa mente presumir, antes a sua capacidade de querer responder a tudo aquilo com que se depara. Ao mesmo tempo também é uma defesa perante a inércia (mas sem compromisso, sem conclusão).
É nesta senda que devemos deter-nos sobre a expressão: “conclusões precipitadas”. Basta ter a devida cautela e nunca “esbarramos” nesta expressão. Basta irmos presumindo, presumindo, até chegarmos à quase verdade que encontramos, e agora repito-me, primeiramente do exterior para dentro e, em segundo plano, da congeminação ou criação mental de verdade. Um apelo: Passemos a utilizar ou a responder com “tomei uma presunção precipitada”…ninguém nos atinge. Assim funciona a razão para nossa protecção.
Afinal o homem tem RAZÃO.
Por mais que isto possa causar algum espanto com o que vemos, ouvimos e sentimos nos dias de hoje, continuamos a ser racionais, contudo, e porque os instintos ocos se têm apoderado dos homens, estamos a ficar racionais-irracionais, num retrocesso do homo sapiens-sapiens para o “simples” homo sapiens.
No que toca aos sentimentos, ao amor, sempre importa dizer que é melhor não criar intersecções destes com a presunção. Simplesmente não leva a nada porque, ou se sente, ou se ama, e age-se em conformidade, geralmente instintivamente, ou então, presume-se, e presume-se, e presume-se, e presume-se, e presume-se…e NADA.
Não é isso que o ser humano deve procurar…nós queremos o tudo…não sabemos é como alcançá-lo (pelo menos eu não sei), expliquem-me como e sem PRESUNÇÕES.