quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Diz que é de novo Natal.....




e já não encontro esse encanto de outrora.
O encanto das luzes da cidade que se misturam às névoas das castanhas assadas, e do frio que me aquecia por dentro, da magia que se sentia no ar ...
Tenho saudades desse encanto que desapareceu talvez só em mim.
Em Dezembro nunca me moveram os presentes, as corridas frenéticas em busca das últimas lembranças, nem o bacalhau e afins.
Movia-me tão somente o que ele significa, essa marca maior que o reveste: a existência de um Amor absoluto, grandioso, fraterno que nesta altura se infiltra mais fundo em nós, relembrando o que provavelmente esquecemos nos restantes 11 meses do ano: que a vida tem um significado concreto, que correr demais nos afasta os olhos do essencial, que o tempo passa depressa demais para a pouca importância que lhe damos.
Não sei se na procura de um equilíbrio entre a razão e a emoção me tornei opaca demais, "crescida" demais...
Sei que gosto do que essa ternura simples do mês de Dezembro me fazia sentir. Dessa genuína felicidade de construir eu própria as lembranças embrulhadas em ráfia colorida, do brilho da minha alma e dos olhos dos outros.
Sei que há coisas que não se devem perder e a humanidade e a alegria são duas delas.




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