quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Hipocrisia a quanto obrigas!




A primeira pergunta que me ocorre ao ler esta manchete é: Não Vivemos num estado democrático e laico?

Será que enquanto andávamos distraídos com a crise ou outra coisa qualquer a palavra laico perdeu o seu sentido?!

Laico do Lat. laicu - adj., leigo; secular; não religioso

Não existe num Estado laico uma clara separação entre este e a Religião?!
Não é esta uma das maiores conquistas da sociedade: a capacidade de proporcionar ao seus membros a maior liberdade que o Homem pode ter - A liberdade de pensamento - que lhe permite optar pelos inúmeros caminhos que a vida oferece?!

Independentemente das crenças de cada um existe uma realidade inabalável - A homossexualidade está dentro daquele compartimento a que ninguém é dado o direito de opinar, por dizer respeito à esfera privada de Ser e por conseguinte ao seu direito de escolher quem quer que seja para dividir a sua vida.

Pedir nos seus lugares de culto aos crentes "para não votarem em partidos que defendam os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.", é no mínimo, um claro atentado à consciência de cada um e uma clara imiscuição aos poderes conferidos à mais alta instituição de um país.

Por outro lado proferir declarações como "Na hora do voto, os cristãos, seguramente, tomarão as suas conclusões, porque não é fiável quem se mete por estas aventuras em que a sociedade fica exposta a feridas que são profundas ", mostra a pobreza moral de uma religião que se diz cristã mas que esquece uma das suas maiores premissas:
- A obrigatoriedade do Amor ao próximo!
("(...) Mestre, qual o mandamento maior da Lei? Jesus respondeu - Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (...)")
S. Mateus, cap. XXII, vv.34 a 40

Amar o próximo passa inequivocamente pelo respeito e pela fraternidade, claramente ausentes, nestas declarações e nas posições tomadas pela Igreja Católica.

Como é que em pleno século XXI ainda se tenta empoeirar os olhos proibindo uniões que são já uma realidade é uma coisa que me choca. Como é que há pessoas que ainda engolem estas patranhas .... é uma coisa que me entristece.

Calhando já reliam os postulados por que dizem seguir-se, compravam um fortificante cerebral para melhor os entenderem e se mesmo assim não funcionar já iam pregar para outra freguesia não?!

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