Bairro do Oriente

Ali, no tal sitio onde passo mais horas do que gostaria, entre a pressão, os papeis, o PC, a converseta e a gargalhada para desanuviar do restante, acompanha-nos um "transístor" velhinho – já meio senil com a sua antena feita de clip – que se esforça por contentar os diferentes gostos musicais dos seus cinco companheiros.
Infelizmente a escolha da estação não é difícil porque no fim de contas são basicamente todas iguais, tão iguais que chega a roçar o desespero de se desejar escolher entre o silêncio ou a musica, que a seguir à palavra foi a melhor coisinha que o homem inventou!
Hoje, em detrimento do som mais comercial que por aí anda, decidimo-nos pela M80 mas não sem alguma relutância minha que não sou muito chegada nos oitentas.
Pois que me soube pela vida! Reviver as emoções que a musica me traz, sem rostos ou imagens, só a sensação por ela mesma. Brincar aos concursos com “minha” C. que é o melhor e mais bem documentado arquivo de memória que conheço, e ouvir este Bairro do Oriente (cujo nome a bem da verdade nunca me consigo lembrar mas que adoro desde sempre), poder ouvi-lo no silêncio, já sem ninguém a testemunhar o sorriso que me nasceu nos lábios … do melhor!
Recordem e deliciem-se!