terça-feira, 21 de abril de 2009

Estarei por cá ainda para ver?


"Manuel Veiga vai aproveitar o adiamento para promover um estudo sobre o peso da Cultura na economia cabo-verdiana.
O objectivo, explicou, é obter indicadores económicos para apresentar a empresários, produtores, agentes culturais e sociedade civil, em geral, conseguir uma noção mais clara da importância da cultura como geradora de emprego e de rendimentos e determinar que peso tem no Produto Interno Bruto (PIB).
" in Expresso.pt

Ora nem mais! Aqui está o busilis da questão. Qual lusofonia, promoção da Língua e da Cultura! Que utilidade é que tem o desenvolvimento intelectual e a sensibilidade?
O que é necessário mesmo e o que dá estatuto a um País e a um Povo é a quantidade de receitas que este consegue obter. Pois concerteza!
23 anos é realmente um tempo absurdamente pequeno para se concretizar uma ideia que nasceu da visão de uns quantos governantes que perceberam que a " difusão, projecção e afirmação de uma língua [estão] intrinsecamente ligadas à utilização que dela se faz enquanto instrumento de cultura, da ciência e tecnologia, de veículo no debate das ideias e, bem assim, à extensão do seu uso na comunicação social e, cada vez mais, no ciberespaço.(...) Não se trata de disputar a proeminência deste ou daquele idioma, mas de assegurar a sua divulgação e garantir o reconhecimento, não só da importância numérica dos falantes do português, como também do riquíssimo património – literário, científico, artístico, filosófico - criado pelos povos que utilizam essa língua. (...) Essa ambição vai de par com a de afirmar o português como idioma de trabalho nas organizações internacionais. (...) Não só os seus representantes estarão muito mais habilitados a defender os pontos de vista e os interesses nacionais, como, de uma maneira geral, se colocam os falantes dessa língua em pé de igualdade com os utilizadores de outros idiomas no acesso à documentação e transmissão da informação e dos conhecimentos intermediados por essas organizações." In CPLP.org
Portugal vai-se comportando como sempre fez ao longo dos séculos ... abstem-se enquanto pode e lhe for favorável não tomar partidos demasiado ousados que se possa vir a arrepender.
Embora faça parte do "núcleo duro" dos fundadores da moribunda e ineficaz CPLP e do IILP, a verdade é que tem sido dos últimos a ratificar os sucessivos acordos que têm sido feitos e refeitos, aproveitando mais esta boleia de Cabo Verde para adiar uma posição que se quer firme e dinâmica.
Um país que não aposta na sua língua, na sua cultura e nos seus recursos é um país que continuará a andar a reboque dos interesses alheios, subjugado a critérios que não só não o enaltecem como não o enriquecem.
8 séculos de aprendizado não foram suficientes para mudar a postura deste 23 anos ...
Assim não vamos longe ... Ficamos já aqui - Pobres, tristes e ignorantes. Mas cheios de orgulho do passado!
Alguem que nos tire estas palas dos olhos por favor! É que o futuro é lá mais à frente e a malta não o vê :(

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